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DESTAQUE

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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

...

Editorial

Na sociologia, ação social refere-se a qualquer ação que leva em conta ações ou reações de outros indivíduos, e é modificada baseando-se nesses eventos. O termo "ação social" foi introduzido por Max Weber, em sua obra Ensaios de Sociologia (1946) – uma transcrição de seu discurso num congresso na Universidade de Heidelberg.
A cultura está acima da
diferença da condição social 
Todo projeto social surge de uma necessidade, de um problema concreto. Ao elaborar um projeto é necessário estar alerta para as soluções dos problemas, de modo que as idéias sejam transformadas em ações. No desenvolvimento dos projetos sociais são fundamentais a clareza dos objetivos, as especificações dos recursos, a declaração dos parceiros, bem como, a analise dos resultados.
Por outro lado, sabemos que planejar projetos sociais, é um processo bastante complexo, porém é verídico que muitos estão em vigor sem se quer contemplar um roteiro básico para apresentação. E é exatamente pelo fato de existir essa complexidade e de não ser uma questão muito fácil de lidar, apesar de surgirem centenas de projetos sociais dia a pós dia que nem se quer saíram do papel, ou melhor, que nem existem em projeto papel e, mesmo assim, agem de má fé se beneficiando de apoios e patrocínios.
Por isso devemos nos orgulhar e parabenizar as pessoas que abraçam projetos sociais como causa e que muitas vezes durante anos levam o seu sonho de projeto nas costas, sem apoio, sem patrocínio e o pior, sem o reconhecimento devido.
Fica aqui a esses GUERREIROS e GUERREIRAS meus parabéns, meu desejo de sucesso e força sempre. E não desanimem nunca!

“Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a FILOSOFIA, a AÇÃO é indispensável.”

Por Verônica Luzia
Editora da Revista Terreiro Contemporâneo

Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Manoel Dionísio

Manoel Dionísio

MANOEL DOS ANJOS DIONÍSIO, tombado pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (2005), ingressou no carnaval em 1959 desfilando no G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro através da companhia Balé Folclórico Mercedes Batista. No ano de 1982, ainda em meio às obras de construção da Passarela do Samba, Mestre Dionísio, inicia emergencialmente ensino e treinamento intensivo das técnicas do bailado do casal Porta-Bandeira e Mestre-Sala, um ano antes da inauguração do Sambódromo.
Já com experiência na prática de bailarino profissional (1955 a 1970) Mestre Dionísio funda formalmente no dia 17 de Julho de 1990 o ensino formal das técnicas do bailado do Mestre-Sala Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, atendendo às urgentes necessidades dos blocos carnavalescos, já vistas por ele durante sua atuação como assistente técnico de carnaval da RIOTUR (1988 a 1991).
O espaço primeiro de atuação do projeto foi a Federação de Blocos Carnavalescos inicialmente contando com 12 alunos os quais obtiveram excelentes desempenhos nos desfiles oficiais do carnaval de 1991, estimulando a continuidade do projeto. Com a segunda turma, ocorre um aumento de inscritos impossibilitando que as aulas fossem no espaço da Federação. Deste modo, em Agosto do mesmo ano, após diversas solicitações à RIOTUR, concede o Ginásio da Passarela do Samba tornando-se espaço definitivo á realização do projeto institucionalizado no ano de 1994, como SOCIEDADE CULTURAL EDUCATIVA ESCOLA DE MESTRE-SALA, PORTA-BANDEIRA E PORTA-ESTANDEARTE do RIO DE JANEIRO

Projeto Conjunto PIO XII

Há alguns anos atrás trabalhei com um projeto religioso em parceria com a Ação da Cidadania Contra a Miséria, a Fome e pela Vida em comunidades carentes. O que me deixava orgulhosa de mim mesma pelo fato de mesmo com pouca idade (16 anos) ser capaz de disponibilizar de tempo e vontade de colaborar para transformar vidas e situações difíceis atravessadas pelo ser humano.
Hoje, mais amadurecida e com uma visão mais apurada sobre o assunto, vejo essas Ações como uma Necessidade Social. Digo isso, porque nossa sociedade necessita de olhares mais atentos e preocupados, principalmente com as crianças, partindo do fundamento EDUCAÇÃO: Social, Ambiental e Cultural, para que assim possamos chegar á SAÚDE, TRABALHO, MORADIA entre outros pontos na arquiteturação de uma sociedade mais justa para com todos seus integrantes.
Se as crianças não instrumentalizadas pela ação do educar hoje em grande parte das questões fundamentais, qual será o futuro delas e nosso?
Na festa das crinças (2011): Glaucio Nascimento; à direita sua Cunhada
  Eliane Alves; à esquerda sua esposa Fábiah Alves; no cetro
 à direita Veronica (eu) e ao meu lado Taiany Ribeiro.
No ano de 2011 quando fui convidada a colaborar com um Trabalho Social, senti-me extremamente honrada, como CIDADÃ por estar fazendo algo construtivo pelo meu Estado, consequentemente pelo meu País. É extremamente gratificante ver que ainda existem pessoas focadas na questão Social. Um trabalho onde o único retorno é o mais simples SORRISO de agradecimento de um adulto ou de uma criança. Acabei me tornando admiradora deste projeto localizado em Botafogo na Rua Álvaro Ramos 511, com fundação no ano de 2000, como Associação Atlética PIO XII.

Reciclando com Arte


João Paulo Machado
JOÃO PAULO MACHADO, atuante em projetos sociais desde o ano de 1995, vem contribuindo de modo contundente na diminuição das mazelas na sociedade contemporânea carioca. Com uma arquiteturação de projeto comprometido basicamente em formar artistas profissionais e na inclusão destes no mercado de entretenimento local, vem beneficiando mais de mil jovens, contando apenas com algumas iniciativas e recursos próprios. 
Protagonista e idealizador na área de Artes Cênicas, João, buscou firmar objetivo empenhando-se na transformação do social pelo fortalecimento da IDENTIDADE SOCIAL da CRIANÇA, do JOVEM e da TERCEIRA IDADE oferecendo gratuitamente OFICINAS de ARTES e CULTURA. O Projeto Reciclando com Arte, presente em diferentes comunidades, constitui-se fundamentalmente num trabalho artístico e cultural onde todos atuam de modo voluntário para adquirir experiência no fazer artístico através de diferentes cursos introdutórios em: Dança, Moda, Música, Teatro, Circo, além de participarem de palestras de empreendedorismo, ferramentas vistas como necessárias para um artista entrar no mercado de trabalho ou mesmo produzir seu próprio projeto como empreendedor artístico, reconhecendo suas habilidades e talentos.

Editorial

Dia da Estréia da 'Ocupação Negra'.
Veronica Luzia, Nanci Rosa Azeredo e Mestre Manoel Dionísio
Foto:  Zezzynho

A Cia Rubens Barbot Teatro de Dança, há muito tempo vem merecendo uma homenagem à sua altura. Completando 21 anos de estrada, de batalha, de bons e maus momentos, entre críticas e elogios, fez e ainda continua fazendo acontecer na produção da arte negra nacional!


No desejo de comemorar seus 21 Anos foi criado o Projeto ‘OcupAção Negra’, que aconteceu durante o mês de maio no Centro de Artes Calouste Gulbenkian. A Cia sabia o que queria apresentar, ela só não sabia o tamanho do sucesso que esta Ocupação teria.
Foram noites glamorosas com o espetáculo ‘Um Rio, de Janeiro a Janeiro’, tendo a cada dia um público sempre belo, participante e envolvido com a obra tornando realmente MARAVILHOSO todos os dias de sua temporada.
As oficinas ministradas pelos mestres Elísio Pitta, Rubens Barbot e Claudia Ramalho, como dos bailarinos pesquisadores Ulisses Oliveira e Wilson Assis, os quais complementaram incrivelmente o conceito da ocupação tornando acessível á todos, através da gratuidade, o contato com diferentes abordagens de pesquisa em dança negra, pautadas em experiências profícuas e conhecimentos valorosos surgidos de propostas diversificadas de técnicas corporais, compondo assim parte rica do universo da dança contemporânea afrobrasileira.
Tivemos, também como parte do projeto, a exposição ‘Retalhos, Lembrança, Trânsito...’ do artista múltiplo Rubens Barbot com trabalhos de: aplicações em tecido, tapeçaria, confecções, chapelaria e criações em artes plásticas a partir de material reciclado – garfo, molduras de quadro, portas etc.
A exposição ainda contou com obras fotográficas de diferentes profissionais como Wilton Montenegro, Débora Santana, Paulo Santos, M.S. Azevedo, Renan Cepeda e Marian Starosta, os quais ao longo dos 21 anos da Cia registraram importantes momentos de sua trajetória, dando um toque memorial ao projeto.
As palestras de Gatto Larsen e Claudia Ramalho, assim como, os filmes documentários de Allan Ribeiro, deram ao público geral detalhes preciosos sobre o processo de produção, filosofia e identidade de dança impressa e criada pelos artistas Rubens Barbot e seu parceiro Larsen, fundadores do primeiro grupo de dança afrocontemporâneo do país.
Durante a temporada do espetáculo ‘Um Rio’ apresentado pela Cia Rubens Barbot, o artista convidado Elísio Pitta deu aulas de preparação corporal aos bailarinos da companhia, além das oficinas sobre a técnica de Lester Horton, que compunham o projeto.
Dia da Estréia do Projeto 'OcupAção Negra'
Por todas as noites desta temporada podíamos ver Gatto Larsen, organizando alguns detalhes de produção executiva, cenário, contra-regragem, assim como, Barbot, o diretor artístico, cuidando de detalhes de figurino como um botão solto, um ajuste na calça, uma manchinha no paletó. Coisas que só ele sabe fazer, além das exigentes orientações sobre as performances dos bailarinos durante as passagens de cenas antes do espetáculo.
E assim, conseguimos realizar o desejo de comemorar os 21 Anos em grande estilo, já com convite para apresentar o espetáculo novamente no Projeto ‘7 Em Ponto’ no Teatro Carlos Gomes e no projeto AfroReggae, na unidade de Vigário Geral. 
Como a Cia não para, já estão em fase de criação de novos trabalhos e já com propostas para apresentações fora do Rio.
Esta é a Cia Rubens Barbot Teatro de Dança!
                                                                             Veronica Luzia
                                                Web Designer da Companhia Rubens Barbot                                                                                          

Dança Negra – Dignidade – Artes Negra (politiqueiros de ocasião e algumas poucas coisas mais)


Lembro de uma tarde, no inicio do outono de 2011, que numa reunião, sem protocolos, com alguns intelectuais fazedores de arte, a ministra Luiza Bairros e alguns políticos de ocasião, conversas rolavam soltas, sem palavras politicamente corretas, onde todos falavam e eram ouvidos. A ministra, diferentemente dos políticos de ocasião, constatando a realidade na produção e difusão da arte negra contemporânea carioca pôs-se atenta registrando nossos problemas. E a reunião, como de inicio, de clima descontraído chegou ao seu fim, enquanto os politiqueiros de ocasião faziam suas promessas performadas numa serie de ações delineadoras de futuras reuniões. E a Ministra, para a qual não se comprometeu á promessas, me dizia: “a reunião não será em vão”.  

Hoje, ultima sexta-feira do mês de Junho de 2012, assistindo a Companhia Rubens Barbot desenvolver seus trabalhos diários, tenho a nítida sensação de que as coisas estão mudando. O espírito de persistência, de modo fiel, veio acompanhando a Companhia ao longo de sua trajetória, fazendo com que trabalhássemos sem em busca de dignidade, no alcance de nossa independência e autonomia, desprendida de luxo e supérfluos, tão aguardados na ação de um necessário e respeitável apoio – financeiro como institucional, ao nosso desenvolvimento artístico, profissional e humano. Esse s recursos, compõem item essencial para qualquer condição humana: a D.I.G.N.I.D.A.D.E.
Alcançamos uma maioridade e ao mesmo tempo a dignidade de poder trabalhar e explorar o mundo das artes, onde se misturam todas as cores, lêem-se também todas as culturas. Estamos abertos, portanto, para o amanhã, num futuro apoiado no trabalho constante e contínuo do presente.

Aos parceiros fiéis, que apostam em resultados e experiências, e as pessoas que ocupam cargos públicos honestamente dialogando e pensando ações reais desprovidas de retóricas, formamos a verdadeira ação política, digna dos homens e mulheres de caráter e idéias, fazendo de todos NÓS uma corrente de sintonia apoiada na experiência do passado para construir uma visão de futuro tendo sempre o presente como ação.
O ensaio da Companhia, de sexta-feira, detonou este artigo e como parte do projeto ‘Uma Ocupação Negra’ sua performance tornou-se uma ocupAção dos espaços na cultura, na dança, nas artes, roubados á muitos de nós e nunca reconhecidos e nem devolvidos. Ocupamos com muita dignidade, e trabalhamos igualmente por isso, agradecemos de certo modo a Srª. Ministra Luiza Bairro (queria poder ter dito isso na presença da Srª.), pela sua primeira visita, bem como por sua escuta aos artistas contemporâneos, os quais de modo conjunto soubemos apontar os problemas e, principalmente, os caminhos para que ela se orientasse nesse sentido. Resultados?...Dignidade.

Ah! Já ia me esquecendo, os politiqueiros de ocasião continuam aí, procurando o melhor ângulo na foto.

Gatto Larsen
Diretor da Companhia Rubens Barbot

OBS: A grafia da palavra OcupAção foi achada com o auxilio (luxuoso) de Maria Júlia Ferreira – Á quem direciono o meu, os nossos Agradecimentos!


Que venham mais 21 anos!!!!

Luiz Monteiro - Coreógrafo da Cia Rubens Barbot
Faltam 12 horas para a última apresentação (dessa temporada de 2012!!!) do espetáculo ‘Um Rio, de janeiro a janeiro’ no Teatro Gonzaguinha, na Praça XI do Rio de Janeiro. Estamos ao lado do Sambódromo e defronte ao Terreirão do Samba, no melhor lugar para se dançar, homenagear e falar do ser carioca.
Nesse instante passa um filme sobre as mudanças pelas quais passamos: nós e o espetáculo!
Quando começamos, em janeiro, a pensar, estruturar e construir o espetáculo a visão era que seriam cinco bailarinos, incluindo o Barbot, que também seria o coreógrafo, alguns técnicos e muitos sonhos. A bailarina era outra, o primeiro bailarino não existia, o coreógrafo era outro, mas o roteiro era o mesmo.
A Claudia entrou, eu assumi as construções coreográficas, o “primeiro bailarino” foi escolhido e o roteiro continuou o mesmo.
Após três meses de preparação corporal, criações e construções vieram mais aulas, ensaios, mudanças, mudanças... Deixando que “a sala de ensaio fosse conduzindo” e nos levando em direção a realização desse novo desejo.
Mesmo ainda faltando 12 horas, posso afirmar que o que era sonho, virou desejo e se tornou a melhor das realidades!
Temporada de três semanas cheias, com pessoas retornando para rever, gargalhar e aplaudir, comprovam que hoje fecharemos com chave de ouro.
Longa vida ao espetáculo!
Que venham novos desafios para os próximos 21 anos!

Luiz Monteiro
Coreógrafo e Bailarino

Domingo, 06 de maio de 2012

Ocupação Negra 2012


Elísio Pitta fazendo preparação corporal
da Cia antes do Espetáculo
Durante 21 dias (21 também são os fundamentos de Ogun), tive a honra e o privilégio de participar e testemunhar um fato histórico para a Dança Negra Brasileira, protagonizado pela Companhia Rubens Barbot Teatro de Dança.
Esse acontecimento, que considero uma “tour de force”, contou paralelamente com a temporada do bem sucedido e lindo espetáculo ‘Um Rio de Janeiro a Janeiro’, e várias outras ações: Oficinas de vários estilos de Dança Negra – Sagrada Tradicional (Candomblé), Moderno (Técnica de Lester Horton) e Afrocontemporâneo (Pesquisa de Rubens Barbot), Exposição Fotográfica e de Figurinos, Projeções de Vídeos e Documentários. E, de modo especial, com uma loja contendo suvenires da Companhia (elemento primordial na nossa luta diária em subsistência por meio da comercialização de produtos criados no impulso de sobrevivência e vicissitude). Toda uma ambiência que expressou a essência de uma das grandes companhias de Dança Negra do Brasil.
Aqueles 21 dias foram como encontrar um Oásis no meio deste deserto que tem sido a luta diária dos criadores e das companhias de dança negra por esse Brasil afora.
A comemoração em agradecimento ao final
 da preparação corporal no último
 dia de espetáculo
O.c.u.p.a.ç.õ.e.s.! Acredito ser o caminho para alavancar uma nova era para a Dança Negra através de A.ç.õ.e.s que tragam à luz evidências dos nossos ícones e das nossas manifestações desde há muito tempo relegados à classe dos “Des”... Destituídos, desfavorecidos, desassistidos e muitos outros “des”...
Para mim, após esse evento, tudo será apenas uma questão de tempo, quiçá em breve, para estarmos ocupando, com luta é claro, os nossos lugares de direito por esse Brasil afora!

Salvador, 28 de junho de 2012.

Elisio Pitta e Silva, M.F.A.
Choreographer, Artistic Director
Member of the International Dance Council CID-UNESCO
Director of Centro de Articulação e Referencia em Dança Negra-CARDAN-Brazil

Para mim a OcupAção...

“É com grande satisfação e sensação de dever por um mercado de arte cada vez mais democrático e diverso, em cores e propostas, que integro o projeto 'OcupAção Negra’. E é com muito prazer que retomo minha ligação como Intérprete, Pesquisadora e Preparadora corporal da Cia Rubens Barbot. Poder observar de perto o Terreiro Contemporâneo dos mestres da Dança Negra brasileira como Rubens BarbotGatto LarsenElísio Pitta Clayde Morgan, não tem preço. E poder desfrutar da parceria e orientações de talentosos artistas e performers como Rubens RochaLuiz MonteiroWilson AssisUlisses OliveiraCarlos Maia e Eder Martins, de fato me renovam como artista de provocações poéticas e de sublimes desejos de reflexão sobre: Que “chão” dança a negra Dança contemporânea Carioca? E sua memória e apoio, a quem interessar possa, é desejo e obrigação de todos em prol da OcupAção de muitos.
Resumindo: "Pesquisar a Companhia para mim é de extrema importância, ser bailarina desta companhia que tem como Título ser a Primeira Companhia de Dança Contemporânea formada por bailarinos Negros não é apenas dançar, é Viver a Dança!" 
Claudia Ramalho - Bailarina e Pesquisadora






“A Ocupação Negra foi de extrema importância....”
Rubens Rocha - Bailarino






“É sempre uma grande satisfação dançar na Cia Rubens Barbot, e ainda mais podendo nesse momento desfrutar da companhia de bailarinos que há tempos atrás fizeram parte da mesma, como Rubens Rocha, Claudia Ramalho e Luiz Monteiro, este agora assumindo a posição de coreógrafo. Tudo isso representa muito pra mim! Sem contar que foi realmente realizador, ter a honra e o luxo de todos os dias sermos preparados por Elísio Pitta, antes do espetáculo.
A produção foi ótima, direção e iluminação divinas. Tivemos profissionais incríveis e uma ocupação inesquecível.”
Wilson Assis - Bailarino




“Integrar a Companhia Rubens Barbot é um despertar. Uma descoberta de caminhos, direções e de um novo corpo, já existente em cada um. Com a Companhia eu cresço a cada encontro, somo alegrias, divido as tristezas e renovo minha felicidade. É prazer, é busca, é ousadia e realização. Participar do Projeto ‘OcupAção’ para mim foi fenomenal. O trabalho de coreografia, músicas, luz...que despertar!!!”
Eder Martins - Bailarino e Ator




“Participar da ‘OcupAção’ e de ‘Um Rio’ foi um presente para mim. Tive a melhor estréia da minha vida, uma temporada vitoriosa. Quando me dei conta que fazia parte de uma Companhia muito importante, pensei: certamente daqui há 10, 20 anos me lembrarei desta época.”
Carlos Maia - Bailarino e Ator




Quero apresentar aos leitores e visitantes MAIS UM POEMA de Samir Hassan.
Quem é Samir Hassan? ...bem é uma mistura danada e por tanto muito difícil definir este “amigão” da Companhia Rubens Barbot, mesmo ele não estando no país quando nasceu a idéia, nem quando nasceu a Companhia, nem quando fez a primeira estréia e nunca viu um espetáculo do seu repertório total.
Esse “louco” é professor de matemática e como tal professor de filosofia, é uma mistura de Vila Isabel, Londres, ocupações, jardineiro, marceneiro da mais fina estirpe, artesão, cheff (sempre diz que ia escrever um livro de receitas contando histórias sobre cada ocasião que originou cada criação culinária), aventureiro, dono de restaurantes, escritor de roteiros de cinema, diretor de festivais, ativista social, conhece muito de vinhos, atravessou os Estados Unidos de leste ao oeste de carro com toda a família, nesse ambiente educou e criou seus  filhos, antiracista convicto, lutador por direitos humanos, sempre marginal, idealista, movido pela paixão e dentre várias outras, produtor, de eventos de shows... foi  justamente seu lado produtor que nos juntou. Num final de tarde de uma sexta-feira do mês de Julho de 1989, após a primeira exibição do vídeo com uma gravação integral do espetáculo ‘Só, Um Homem Só’, criação de 1987 de Rubens Barbot e com minha direção, programado pela jornalista Sandra Almada, na sede do Instituo de Pesquisa de Culturas negras – I.P.C.N, ali, entre aplausos e pessoas surpreendidas e assombradas  pela diferença e ousadia veio ao nosso encontro e perguntou: “Vocês tem produtor aqui no Rio?” Ao responder:  Não, estamos chegando, é o primeiro contato com a cidade ... – ele me interrompeu e dizendo: “Ok! Quero ser o produtor de vocês, meu nome é Samir Hassan.
Estava feito ali o contato que nunca desligou. No mês de Setembro do mesmo ano fazíamos as duas primeiras apresentações de Rubens Barbot, no Teatro João Caetano, em território carioca. Um ano e três meses depois nascia a Companhia, mas Samir estava em Londres, tinha acabado de voltar para buscar a família pois ele  tinha partido sozinho em Dezembro me dizendo por telefone:
“Gatto, vou embora. Esse filho da puta não vai mandar em mim nem na minha família!”
(Fernando Collor assumiria o poder 10 dias depois).
Gatto Larsen


Silêncio

Eu venho de outro silêncio
O silêncio barulhento
Que esconde a tristeza

Eu venho de outra noite
Mal iluminada
Dos bares
De garçonetes afogadas
De amor e cicatrizes

Eu venho de uma montanha baixa
Sem neve 
Nem grandiosas alturas
Só uma chateação diária
De escalar
Ou contornar a esperança

De cheiros invisíveis
Vindos do mar
Lugares inatingíveis
Do meu coração

Medo de acordar
Apavorado pela eternidade
Pronto pra viver
Na mortezinha diária

Eu venho dessa terra perdida
De línguas estranhas
Memórias estranhas
De vidas passadas

E caminho o planeta sem fazer sentido
Sem destino 
Ou destino

Caminhando apenas 
Através da tristeza
Através da beleza
Sem notar que ainda espero
Cansado demais
Pra mudar os ventos.
Samir Hassan

POEMA DE SAMIR...


Quero apresentar aos leitores e visitantes o Poema de Samir Hassan.
Quem é Samir Hassan? ...bem é uma mistura danada e por tanto muito difícil definir este “amigão” da Companhia Rubens Barbot, mesmo ele não estando no país quando nasceu a idéia, nem quando nasceu a Companhia, nem quando fez a primeira estréia e nunca viu um espetáculo do seu repertório total.
Esse “louco” é professor de matemática e como tal professor de filosofia, é uma mistura de Vila Isabel, Londres, ocupações, jardineiro, marceneiro da mais fina estirpe, artesão, cheff (sempre diz que ia escrever um livro de receitas contando histórias sobre cada ocasião que originou cada criação culinária), aventureiro, dono de restaurantes, escritor de roteiros de cinema, diretor de festivais, ativista social, conhece muito de vinhos, atravessou os Estados Unidos de leste ao oeste de carro com toda a família, nesse ambiente educou e criou seus  filhos, antiracista convicto, lutador por direitos humanos, sempre marginal, idealista, movido pela paixão e dentre várias outras, produtor, de eventos de shows... foi  justamente seu lado produtor que nos juntou. Num final de tarde de uma sexta-feira do mês de Julho de 1989, após a primeira exibição do vídeo com uma gravação integral do espetáculo ‘Só, Um Homem Só’, criação de 1997 de Rubens Barbot e com minha direção, programado pela jornalista Sandra Almada, na sede do Instituo de Pesquisa de Culturas negras – I.P.C.N, ali, entre aplausos e pessoas surpreendidas e assombradas  pela diferença e ousadia veio ao nosso encontro e perguntou: “Vocês tem produtor aqui no Rio?” Ao responder:  Não, estamos chegando, é o primeiro contato com a cidade ... – ele me interrompeu e dizendo: “Ok! Quero ser o produtor de vocês, meu nome é Samir Hassan”.
Estava feito ali o contato que nunca desligou. No mês de Setembro do mesmo ano fazíamos as duas primeiras apresentações de Rubens Barbot, no Teatro João Caetano, em território carioca. Um ano e três meses depois nascia a Companhia, mas Samir estava em Londres, tinha acabado de voltar para buscar a família pois ele  tinha partido sozinho em Dezembro me dizendo por telefone:
“Gatto, vou embora. Esse filho da puta não vai mandar em mim nem na minha família!”
(Fernando Collor assumiria o poder 10 dias depois).





Editorial

Num determinado momento de 1990,
 especificamente em 20 de agosto, os artistas Rubens Barbot e Gatto Larsen, um brasileiro e o outro argentino, fundam em parceria uma companhia para adentrar o universo da dança contemporânea carioca de modo diferencial. Diferencial principalmente apoiado em dar expressão ao desejo ao corpo, movimento e gestual identitário negro, levando-os desde o início serem apontados como a primeira companhia contemporânea afro-brasileira, prioritariamente formada por negros afrodescendentes.  
Duas décadas se passaram e o desejo ainda continua comprometido com a busca de se (re)inventar a partir de si mesmo, trazendo de modo liberto, conhecimentos para dentro da dança [negra] brasileira.
Os coreógrafos da Cia de Danças Rubens Barbot, sem modéstia nos dão orgulho em se tratando de vanguarda, mesmo depois de duas décadas, pelo seu processo de criação, por dialogar em suas criações com pessoas e não funções – artista, bailarino, dançarino, ator, enfim. Isso realmente para eles não é o mais importante, e sim o desejo á expressão e a disposição á poética da experimentação, desvelando a experiência do e no corpo. É o que Gatto, em meio á tantas conversas enfatiza, ‘o trabalho acontece a partir dê!’ – do que tenho em material humano, técnico, financeiro e crucialmente sobre o que demais está nos tocando ao coração, á alma. Enfim, sempre pelo e ‘Por um gesto honesto’.  
Comecei a me encantar pela Cia. há quase 3 anos, e hoje,  como colaboradora no desenvolvimento e diretora de designer do maravilhoso projeto REVISTA TERREIRO CONTEMPORÂNEO, sei o quanto é difícil descrever em poucas palavras ou páginas a vasta experiência profissional de reconhecimento nacional e internacional da Cia. 
Para tanto, contei para esta EDIÇÃO ESPECIAL com o auxílio de amigos e parceiros como Elisio Pitta, João Costa, Wilson Assis, Luiz Monteiro, Beto Pacheco, Conceição Evaristo e da eterna bailarina do grupo Claudia Ramalho, atualmente, assistente e biógrafa da Cia.

CHEGADA

Meu nome é Wilson Assis, atualmente sou coreógrafo, bailarino e também produtor da Cia. Rubens Barbot Teatro de Danças. Sobre a minha chegada na Cia., lembro que foi algo muito forte, pois sou de uma cidade do interior do Rio de Janeiro, chamada Quatis com apenas 15.000 habitantes.  Mas na verdade foi uma aproximação meio que assustadora, porque eu não sabia como seria recebido, apesar de ter sido apresentado á eles pela Ruth Pinheiro madrinha da Cia., ou até mesmo se seria aceito para dançar, o que me era mais importante.

DANÇOLOGIA NEGRA CARIOCA: Cia. Rubens Barbot Teatro de Dança 21 anos


RESUMO
O artigo dançologia negra carioca apresenta, de modo breve, a trajetória do primeiro grupo de dança contemporânea afro-brasileira do país, a Cia. Rubens Barbot Teatro de Dança fundada em 1990 na cidade do Rio de Janeiro pelos artistas, o gaúcho Rubens Barbot e o argentino Gatto Larsen. Com 21 anos de fundação ininterruptos, o grupo estende seu campo de atuação percorrendo da tradicional criação coreográfica para espetáculos, passando por performances de rua e eventos diversos em arte. Além de filmes, documentários e atualmente produzindo projetos de conexão artístico nacional, 'Terreiro Contemporâneo e Cias' e o blog Revista Terreiro Contemporâneo. Estes artistas demonstram assim, que mesmo sem apoio financeiro fixo institucional, são representantes de um fundamental fragmento arquitetural da produção cultural e histórica da dança negra brasileira.

COMO AS CONEXÕES SE DÃO

Em 2008 eu, Elisio Pitta, estava em meio à pré-produção de um dos meus “sonhos acordados”, como costumo chamar alguns dos meus grandes projetos. O I Encontro Internacional de Dança Negra – EIDAN. Projeto onde, mais uma vez, iria congregar velhos amigos, parceiros, colaboradores de longas datas, novos amigos e, inclusive, alguns que eu não sabia que já eram meus amigos.

Por coincidência, dois dos meus eternos amigos, parceiros irmãos, Mestre Clyde Morgan, um dos ícones da dança negra internacional e nacional, e sua esposa Laís Morgan, estiveram no Rio algumas semanas antes de chegarem à Bahia em suas férias anuais. E Laís, entre tantas novidades, comenta sobre ter assistido um grande espetáculo no Rio, o da Cia. Teatro de Danças Rubens Barbot, perguntando se eu conhecia. Eu prontamente disse: ‘Não! Mas quero conhecer. ’

Gigantes Guerreiros

Se eu tivesse a ousadia de conceituar a companhia contemporânea Rubens Barbot Teatro de Danças, certamente eu utilizaria algumas destas palavras como: perseverança, resistência, plasticidade, beleza, magnitude, África, leveza, dedicação, ousadia, negro, diáspora, disciplina, religiosidade, altivez, dramaturgia, nuances, performances ou magia.

Ainda não encontrando uma forma para descrever esses vanguardistas da dança negra do Brasil, tal fato fez com que eu me sentisse incapaz de traduzir em palavras uma das mais importantes impressões que tive ao vê-los dançar pela primeira vez, ainda nos anos 90. A grandeza daquele momento foi de tal relevância, que deixei o espaço da apresentação meio perplexo com que acabara de assistir. Mesmo hoje, próximo do grupo como amigo do Gatto Larsen e do Barbot, custo ainda á acreditar que são eles, os mágicos com quem dialogo, os produtores daquela arte de expressão tão magistral, ao mesmo tempo com tanta simplicidade.

Descobrindo a Dança em Moçambique!

Após 19 horas de viagem chego a Moçambique pela segunda vez. A primeira foi em maio de 2010 e, sinceramente foi uma experiência fantástica. Pisar pela primeira vez no continente de origem dos nossos ancestrais foi como voltar ao passado, como (re)ligar... (re)conectar... (re)pensar. Na verdade, naquele instante, cheguei a Moçambique acreditando que voltaria á uma África imaginada, do passado e não atualizada. Ledo engano!
Depois do choque da primeira viagem que, entre outras coisas, desconstruiu o olhar mitificado que eu tinha sobre a África, retornar á esse país significava estar disposto á entender melhor a cultura e os costumes dessa sociedade.