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DESTAQUE

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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

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POR UM GESTO HONESTO

“Estamos cansados de ver o papel que esta sendo dado (ainda) á dança. Parece que pensam que a condição da dança é etérea, bela (bela no sentido ‘lindo’ da palavra), e boba. Não podemos ignorar o meio onde criamos, os movimentos dos homens de hoje, o caos deste final de século onde a poesia está na busca de dignidade (tão perdida) na sujeira que nos rodeia, no amor escasso... E no meio de tudo isso, que procuramos [por] um gesto honesto, capaz de ser o elo de comunicação com o homem atual. Que o remeta ao seu passado se for o caso, ativando sua memória corporal, mas que de uma forma ou outra, o atinja, o motive e possamos estabelecer uma comunicação. Faltam pensadores em todos os sentidos. Na dança também falta ousadia e experimentação. Mas isso não é o ‘abc’ do nosso trabalho, nem poderia ser, pois estamos convencidos que, o que realmente une o homem ao seu antepassado são os gestos. A experimentação, a procura do movimento do homem e seu gesto seja no trabalho, no amor, na dança e a necessidade de uma imagem atual orientam o nosso projeto coreográfico. Por sobretudo [por] um gesto honesto.”
Barbot e Gatto Larsen 

Esse texto foi escrito por eu e Barbot, no finalzinho de 1989, sendo o impulsionador á criação e pela orientação de cada passo trilhado da Cia Rubens Barbot Teatro de Dança. Acreditando ainda que ‘muitos atropelos se cometem em nome da ARTE contemporânea, a Revista Terreiro Contemporâneo, ‘sem tirar nem por’ mirara-se neste pensamento para estabelecer e ampliar suas conexões e redes de relações, que por décadas são esteados pelo saber-fazer de bailarinos, coreógrafos, pensadores, técnicos, artistas em geral, no fundo, todos parceiros deste empreendimento.
Nesta primeira edição, que conta com as colaborações de Magliane, João Batista Costa, Rui Moreira, José C. Rodrigues, Júnia Bertolino e Claudia Ramalho, que se misturam a contribuição internacional como a do senegalês Patrick Acogny. E será com “quase” 1.000 visitantes, os quais inspiram a dinâmica de criação desta rede social que agradecemos á todos e todas pelo apoio ao nascimento de mais esta edição, nesta noite, do mês de maio de 2011.            

Gatto Larsen

A Dança Negra

Patrick Acogny
O presente texto representa uma tentativa de definição clara sobre as práticas que englobam diferentes correntes de pensamento de artistas negros africanos e das diásporas.
O que é a Dança Negra? Como distinguir da Dança Africana?
A Dança Negra é toda prática que se inspira seja nas danças locais e patrimoniais originárias diretamente do continente africano, seja nas danças derivadas do continente africano, seja nas danças que encontram uma inspiração mística, espiritual ou do imaginário e saber africano! Não é monopólio do continente, nem dos africanos da África. 

Dançologia Negra Carioca: A Dança Patrimonial do Samba em Passos, Cadeira e Cadência

Claudia Ramalho e
Mestre Manoel Dionísio
RESUMO
No ano de 2007 o samba carioca foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade através do documento Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, e sua dança, conseqüentemente, ganha atenções à salvaguarda como parte importante na composição deste saber-fazer patrimonial de heranças culturais d’África. O artigo apresenta um processo de pesquisa sobre a linguagem da dança nas respectivas matrizes (re)conhecidas: samba de terreiro, partido-alto e samba enredo, apoiado também em seus ‘mestres’ e territórios - ‘espaços depositários, ’ importantes elementos delineadores deste singular estilo representativo da identidade como da memória cultural brasileira. Será primordialmente a partir da condição de intérprete-criadora da Cia Arquitetura do Movimento (2007 a 2011), e pesquisadora em dança, que empreendo e apresento esta breve dançologia do samba carioca. 

Palavra-Chave: Samba (Dança) - Rio de Janeiro – Patrimônio – Dançologia – Cia Arquitetura do Movimento I. Título.

Bom dia a todos!*

Rui Moreira
Antes de tudo celebro a iniciativa de reafirmar os valores deste projeto. Ao observar os movimentos políticos e sociais em torno da cultura no país, observo muitos avanços, mas também muitos pontos cegos ou de invisibilidade.  As discussões no ambito da dança generalizam sua fala para engrossar as petições públicas para que não sejam retirados da cultura recursos para dar continuidade a projetos específicos e também para manutenção dos atuais editais que bem ou mal sustentam parte significativa das cadeias produtivas setorizadas. Isto é um avanço.

Cia Baobá de Dança – Minas buscam conhecimento africano Dacar (Senegal) e Guiné Bissau.

Cia Baobá
A Cia. Baobá de Dança - Minas vêm atuando a mais de 10 anos na cidade de Belo Horizonte - Minas  Gerais. São diversos trabalhos em faculdades, seminários, projetos sociais, teatros, escolas, centros culturais, festivais e fóruns. A Cia  Baobá  foi criada em 1999 por Júnia Bertolino, Willian Silva e Jorge África para estimular e propor no cenário das artes cênicas de Belo Horizonte a representação e valorização das matrizes africanas presentes na identidade do povo brasileiro, retratados através da dança, música, poesia e teatro, a partir de pesquisas sobre a esta presença no caldeirão da cultura nacional. Na carreira vem com os espetáculos de dança, intitulado ‘Ancestralidade: Herança do Corpo’, concebido, dirigido e coreografado por Júnia Bertolino, sendo que o penúltimo espetáculo da Cia Baobá é ‘Quebrando o Silêncio’.
 Nas montagens atuais apresentam os espetáculos ‘Corporeidades Negras’ e ‘Mulheres de Baobá’. Dentre as inúmeras atividades, ressalto a parceria com o Palácio das Artes na comemoração do Dia da Consciência Negra, sendo que em 2009 lançou o Prêmio Zumbi de Cultura premiando em 2010 várias personalidades que tem trabalhos relevantes de arte negra na cidade de Belo Horizonte e no Brasil.  Já nas comemorações de 315 anos de Zumbi de Palmares o prêmio foi confeccionado pelo artista plástico Jorge dos Anjos e contou com vários grupos e artistas mineiros.

De Homens de Cor á Afro-Brasileiros

José R. da Silva
Resumo
Ao longo do século XX a construção da noção civil de afro-brasilidade foi liderada desde o pós-abolição da escravatura por homens, mulheres e entidades civis organizados por praticamente todo o Brasil. E em meio a contextos desfavoráveis como o da expectativa pelo embranquecimento da população ou do mito da Democracia Racial, inumeros personagens dedicaram-se a integração dos negros e negras á sociedade brasileira. Hoje com o avanço do debate sobre as demandas que envolvem ‘minorias étnicas’ e sociedades ‘multirraciais’, por exemplo, muitos estudiosos como Will Kymilicka propõem abordagens conceituais que ao passo que rediscutem os limites das sociedades liberais e democráticas procuram atender as demandas de grupos raciais historicamente desqualificados pela elite.

A revista, as Idéias e Nós.

No mês de setembro de 2008, num hotel de Copacabana no Rio de Janeiro em pleno domingo de manhã, enquanto uma chuva fina caía sobre o bairro e a primeira caminhada em prol da liberdade religiosa acontecia, Rui Moreira e eu, nos encontramos para trocar algumas idéias.
   Enquanto Rui estava propondo a circulação de companhias de dança num esquema especial para integrar os públicos de cada companhia nas suas respectivas cidades; 

Cidadania Negra

Muito se tem falado dos avanços e da melhoria das condições em que vive hoje a comunidade negra brasileira, no que se refere à melhoria da qualidade de vida, na educação, na moradia, no transporte coletivo, na segurança, no emprego, nas oportunidades no meio artístico, das artes plásticas, na literatura, no cinema e na televisão, nos cargos de primeiro escalão: das grandes empresas, da política partidária, do judiciário, dos gestores públicos etc. etc.  

Habitação Rural Quilombola no Litoral Norte do RS

Todos os brasileiros sabem da iniciativa do Governo Federal com o PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida no âmbito do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. A “coqueluche” do momento, em termos de políticas de habitação para populações de baixa renda no Brasil.
   Entretanto, este programa que foi vedete nas ultimas eleições não contemplava a comunidade rural com renda de até três salários mínimos. Devido à demanda apresentada por pequenos agricultores e quilombolas, que não eram incluídos na categoria de pequenos agricultores, o Governo Federal em 2008 criou o PHNR – Programa Nacional de Habitação Rural.